segunda-feira, 16 de março de 2009

Os tempos do seis

São seis meses. E seis meses é muito tempo. Sempre tive noção disto. Hoje, parei e pensei, e apercebi-me que não! Que afinal seis meses é pouco. É pouco, tão pouco comparado com aquilo que quero viver contigo. Obrigada por fazeres deste ultimo meio ano o melhor da minha vida. Obrigada por seres a compreensão e o carinho. E o meu porto de abrigo, quando as forças me faltam. E obrigada por teres o dom de sempre me fazeres sorrir. É bom quando penso que és tu! Que é contigo que quero estar. Que é contigo que quero ser feliz. Que é a ti, que quero dar o melhor de mim. E hoje, agradeço-te por todos os dias me fazeres querer ser uma pessoa melhor. Agradeço-te também pelas lágrimas. Pelas vezes em que me fizeste chorar, porque sem elas nunca poderia dizer-te tudo isto, hoje. Nunca poderia reconhecer todo o valor que tu tens. Nunca poderia dizer-te que tenho todas as certezas do mundo, só por estares comigo. Foi um caminho difícil. Foi. Cheio de sorrisos e lágrimas. Cheio de momentos que me lembrarei toda a minha vida, e percalços no trajecto. É meia vida. E obrigada por ela. Por tudo!És vida em mim. E os seis? São só os primeiros das nossas vidas. Amo-te. E, para ti, amo-te soa-me a pouco. Muito pouco.



Aos tempos meu Amor, lembraste?

Foz

Lembraste do dia que fomos passear à Foz? Foi um dia lindo. Decidimos à última da hora. Aliás como acontece indefinidamente. O lado instintivo e natural sempre nos correu nas veias. O fazer por fazer. Só e simplesmente porque nos ocorria. Simplesmente porque apetecia. Simplesmente porque sim.
Apanhamos o metro para a baixa. Era um dia cheio de luz. O Sol tentava acorrentar-nos os olhos, e mesmo assim ficava-se só pelo ensaio. Não os fechávamos porque eles já se tinham deixado conquistar pela felicidade, e ela é mais forte, mais firme, fiel.
Sentamo-nos na esplanada de um café com pinta, virados para o Douro.
Lá ainda era tudo mais bonito. E ainda hoje me pergunto se não era só por estares ali. Pediste uma frize de limão e eu um café, como faço sempre depois do almoço. Fumei um cigarro, e tu nem reclamaste. Levantamo-nos e passeamos muito. Conversamos mais ainda. Falamos de tudo e de nada e de nós. Lembraste-te de levar a máquina e apenas me o disseste quando entardeceu, para só tiramos fotos no pôr-do-sol. Unicamente por eu sempre dizer que ficavam mais bonitas. E ficaram mesmo! Ficamos a olhar o infinito durante tempos, brincamos e doeu-me a barriga de tanto ri.
Passou a hora do jantar e nem notamos, e tu que gostas quase tanto de comida como de mim. Quase. Jantamos, então, mais tarde, por lá. Comemos imenso e bebemos cerveja, porque nenhum de nós aprecia vinho. Passamos o jantar todo a trocar miminhos, sob o olhar atento de um casal de velhinhos que olhavam para nós com a ternura de uma vida. O reflexo da deles, seguramente. E logo eu, que adoro casais com rugas apaixonados. Ironias, hã?
Ouvimos boa música, dançamos e voltamos para casa. Há coisas interessantes para se fazer numa casa vazia, só nossa. Mas aquela noite não precisava de mais nada para ser perfeita.
Adormeci no teu peito, com a tua mão a fazer cafoné no meu cabelo. Ainda te ouvi a dizer baixinho a palavra mágica, já a pensar que eu dormitava – E eu sei que nunca adormeces sem a certeza de eu já ter viajado para o Encantado primeiro.
Vieste para junto de mim minutos depois. E dormimos descansados, despertávamos durante uns estreitos momentos só para mudarmos de posição e mesmo assim continuavamos abraçados, a noite inteira.
Lembraste deste dia? Eu respondo: Não, porque ele não aconteceu.


E mais.. Sabes quantas vezes vieste aqui? Eu respondo: Não vieste.