Não sei se faz chuva ou Sol. Nem sei se o fim do dia vai ser hoje. Sei que faz frio aqui dentro, e tu não tens sentido como me aquecer. Sei que às vezes chove muito e outras vezes as nuvens lutam para se conterem. E tu gostas de ficar em casa quando o tempo teima em ficar assim. No outro dia o meu guarda-chuva virou e quebrou. E eu quebrei com ele. Tu não soubeste, ou não soubeste como devias saber. Não sei se vamos ficar ou se vamos partir, ou se é o tempo que nos invade de cansaço pelos desejos condenados a esse mesmo e só fim. No fundo, ficarão para sempre aí. Como eu ficarei para sempre aqui, da forma que sempre estive.
Sabes como é, às vezes é tudo claro e outras vezes anoitece cedo. Mas eu não tenho culpa. Nem tu. Habituamo-nos a viver na mesma calçada em que crescemos, e o tempo lembra-se de se revoltar contra nós. Faz questão, incessante, de nos travar combates maiúsculos e infatigáveis em que extraviamos o perder. E nós não nos importamos porque para tempestades bastam as outras.
Eu não sou senhora do tempo mas eu sei que vão insistir em brotar. É como com o D’Leh e a Evolet. Gosto de os comparar a nós porque têm um final aberto e concomitantemente risonho, acertado, feliz. Mas de finais está o mundo cheio, e nós sempre fomos supra-sumo. Crês em eternidades?